Observação importante

O objetivo do Blog não é acusar ou perseguir compositores, tampouco os intérpretes das músicas aqui analisadas. O objetivo é avaliar que tipo de afirmações estão sendo proferidas em nossos púlpitos e lares cristãos, seguindo a linha de raciocínio dos crentes bereanos (Atos 17:11) e os conselhos de Paulo (1 Ts 5.21; Hb 13.9) e João (1 João 4.1). Todas as análises são de responsabilidade de seus autores e críticas são bem vindas, desde que não venham acompanhadas de ofensas, mas de paz. Se desejar, leia aqui um artigo sobre algumas considerações sobre música e culto.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Música: Alguem Como Eu (Luiz Arcanjo)


*Pedido de Eder Barbosa (Via Blog)

Letra:

Entra Mestre,descansa um pouco
Estás cansado,estás sedento e rouco
Dorme Mestre, a casa é Tua
Já fechei porta e janela pra rua

Deixou me falando só
Dormiu tão pesado fazia dó
Como será Mestre este sonho Teu?
Sonhas como homem? sonhas como Deus?
Sonhas com a glória que tinhas com o Pai, na luz?
Ou sonhas com a cruz?

Perdoa Mestre, mas já é hora
Uma multidão te espera lá fora
Estás decidido, não te detenho
Vais curando até chegar ao lenho

Partiu,fica a paz em mim,
Fica sala com cheiro de jasmim
Vai verter a vida do corpo Seu,
Pra levar a culpa de alguém como eu,
Pra lavar o sujo do meu próprio eu,
Levar-me puro a Deus


Análise:

Quando ouvi esta canção pela primeira vez confesso que fiquei relutante. É uma característica minha desde antes de criar este Blog de análises, eu sempre fico avaliando a letra quando ouço uma música pela primeira vez.

Especialmente quando ouvi a expressão “dormiu tão pesado que fazia dó” eu pensei: “Ué, de que Jesus estamos falando? Do Jesus que detém todo o poder?”. Me pareceu um rebaixamento para o nosso Senhor.

Mas depois pude perceber que na verdade esta canção retrata um Jesus humano, em conformidade com Aquele que se entregou para morrer a nossa morte, quando habitou conosco nesta terra, um Jesus que muitas vezes esquecemos que existiu:

Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hb 4:15)

Podendo ele compadecer-se devidamente dos ignorantes e errados, porquanto também ele mesmo está rodeado de fraqueza.” (Hb 5:2)

Desta maneira, em forma de canção e em versos simples, o autor fala do mesmo Jesus, o nosso amado que suportou todas as tentações que nós enfrentamos, porém, diferentemente de nós, sem pecar e, por causa disso, lindamente esposto na última estrofe, recebeu todo o poder para lavar com seu próprio sangue pecadores sujos como cada um de nós, tornando-nos filhos seus, eternamente habitantes do Reino de Deus.

A música é ótima e é sempre bom lembrarmos que Jesus abriu mão de sua divindade para, tornando-se igual a nós, nos reconciliar com Deus através de sua morte. Um Jesus simples, como simples é o seu Evangelho...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Música: Digno é o Senhor (Aline Barros)


*Pedido de Guilherme

Letra:

Graças eu te dou Pai
Pelo preço que pagou
Sacrifício de amor
Que me comprou
Ungido do Senhor

Pelos cravos em tuas mãos
Graças eu te dou, ó meu Senhor
Lavou minha mente e co-ra-ção
Me deu perdão

Restaurou-me a comunhão

Digno é o Senhor
Sobre o trono está
Soberano,criador
Vou sempre te adorar
Elevo minhas mãos
Ao Cristo que venceu
Cordeiro de Deus morreu por mim
Mas ressuscitou
Digno é o Senhor


Análise:

Esta canção é mais um exemplo da verdadeira expressão de adoração. Eu poderia até mesmo dizer que ela é uma parafrase da bíblia em versos rimados, tanta é a quantidade de verdades bíblicas contidas nela, expressando elementos de louvor e adoração genuínos.

Expressões de louvor como “Graças te dou pelo preço que pagou (I Co 6:20)” e “elevo minhas mãos ao Cristo que venceu (Jo 16:33)”, se misturam com afirmações de adoração a exemplo de “Digno é o Senhor, sobre o trono está Soberano (Mt 28:18)”.

Apenas para ficar claro, louvor, por definição, refere-se a honrar a Deus por aquilo que Ele fez, já adoração é quando eu o exalto por aquilo que Ele é. Estas duas coisas estão presente absolutamente em toda a letra desta música.

É importantíssimo considerar ainda a temática evangelística desta canção, uma vez que Deus está sendo exaltado pela Obra que Cristo realizou na Cruz, sacrificando-se por amor, dando-nos perdão e restaurando nossa comunhão consigo mesmo, o que a torna totalmente diferenciada da maioria das composições “de sucesso” no meio evangélico de nossos dias, onde falta adoração, falta evangelho e sobram promessas vazias e subtraídas de sentido.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Música: Sabor de Mel (Damares)

*Pedido de Weverton (Via Blog)

Letra:

O agir de Deus é lindo
Na vida de quem é fiel
No começo tem provas amargas
Mas no fim tem o sabor do mel
Eu nunca vi um escolhido sem resposta
Porque em tudo Deus lhe mostra uma solução
Até nas cinzas ele clama e Deus atende
Lhe protege
Lhe defende
com as suas fortes mãos
Você é um escolhido
E a tua história não acaba aqui
Você pode estar chorando agora
Mas amanhã você irá sorrir.

Deus vai te levantar das cinzas e do pó
Deus vai cumprir tudo que tem te prometido
Você vai ver a mão de Deus te exaltar
Quem te vê há de falar
Ele é mesmo escolhido.

Vão dizer que você nasceu pra vencer
Que já sabiam porque você
Tinha mesmo cara de vencedor
E que se Deus quer agir ninguém pode impedir
Então você verá cumprir cada palavra
Que o Senhor falou,

Quem te viu passar na prova
E não te ajudou
Quando ver você na benção
Vão se arrepender
Vai estar entre a platéia
E você no palco
Vai olhar e ver
Jesus brilhando em você
Quem sabe no teu pensamento
Você vai dizer
Meu Deus como vale a pena
A gente ser fiel
Na verdade a minha prova
Tinha um gosto amargo
Mas minha vitória hoje
Tem sabor de mel.

Tem sabor de mel
Tem sabor de mel
A minha vitória hoje
Tem sabor de mel.


Análise:

Não é por acaso que esta canção se tornou o novo hit gospel do momento, pois ela trata exatamente do que boa parte da igreja evangélica busca hoje em dia. Não, não estou falando de Jesus, santidade ou cruz e sim de vitória e conquista. Eis o segredo para quem deseja o sucesso no meio gospel ultimamente.

O motivo da crítica não é pela suposição de que as “vitórias” não estão nos planos de Deus para nossas vidas, mas que nem de longe este fato trata-se da ênfase do Evangelho de Cristo. O evangelho realça a cruz, a renúncia, a santidade e a necessidade de salvação para a vida de todo ser humano e isso sim é a vitória verdadeira. Todo e qualquer outro modelo de vitória trata-se de um assunto periférico. Vamos então à análise desta canção:

A música inicia-se fazendo considerações baseadas, especialmente, em Salmos 30:5.

"Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã".
A respeito disso nenhuma crítica poderia expressar, pois se trata de uma verdade bíblica que deve ser ensinada continuamente.

Porém, como de costume, não analisarei a canção frase a frase, antes a considerarei como um todo e, dessa forma, as verdades expressas em seu contexto geral. É exatamente ai que se iniciam os problemas.

O tema central, obviamente, é a vitória daquele que é fiel, isto fica bem claro durante toda a canção. Apesar de vitória não ser a ênfase do Evangelho, não posso questionar o fato de ela existir, entretanto é essencial entendermos que ela não pode invalidar outras verdades bíblicas, outros conceitos cristãos e é exatamente isto que acontece, senão vejamos:

Quem te vê há de falar Ele é mesmo escolhido

Vão dizer que você nasceu pra vencer, que já sabiam porque você tinha mesmo cara de vencedor

Vai estar entre a platéia e você no palco

A começar da segunda estrofe, inicia-se um processo de exaltação do ser humano, como se ele possuísse algum mérito em tudo que faz. Estas passagens são chaves para a introdução desta doutrina disfarçada de piedade, pois, em especial esta última frase, demonstra algo totalmente desfocada daquilo que o Evangelho espera dos filhos de Deus.

A figuração entre platéia e palco não significa outra coisa que não seja exaltação ao homem. Além disso é possível perceber uma certa inclinação para a proposta que grosseiramente chamarei de “esfregar na cara”, que acontece justamente no contexto imediatamente anterior da frase em questão:

Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção vão se arrepender

Em contraposição, a bíblia ensina que:

Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo”. (Gl 1:10)

Sinceramente não vejo propósito algum nesta afirmação, pois Deus não nos livra das provações para que outros vejam e sintam-se envergonhados, mas porque o propósito dEle já foi alcançado. Não existe a necessidade de provar ou de “esfregar na cara” dos irmãos as nossas vitórias. Quanto aos conceitos que me referi anteriormente, de exaltação do ser humano, a ponto de ser mencionado na letra desta música a relação platéia e palco, vejamos o que a bíblia diz:

Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva”. (Mc 10:43)

É necessário que ele cresça e que eu diminua”. (Jo 3:30)

Como podemos perceber, não é exatamente num palco, para ser aplaudido pelos irmãos, que Jesus espera nos colocar, antes é na posição de servos uns dos outros. A relação divina correta é: quanto mais humilde, maior no Reino de Deus, quanto mais exaltado pelos homens, menor no Reino de Deus. Ora, o próprio Jesus homem afirma ser necessário se humilhar, ser o menor de todos, para que nEle, Deus cresça.

Creio não ser necessário análises adicionais, pois o contexto desta canção está bem claro.

Deus abençoe a todos e nos ensine a nos esvaziar de nós mesmos...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Música: Deus Supremo és (Corinhos Evangélicos)



Letra:

Deus supremo és,
Soberano em glória.
És incomparável(maravilhoso), em Tua formosura.
És incomparável(maravilhoso), em Tua majestade

Não há outro Deus, como Jeová;
Não há outro Deus, além do Senhor.
Não há no céu, não há na terra,
Não há no mar, Deus como o Senhor

Deus supremo és,
Soberano em glória.
És incomparável(maravilhoso), em Tua formosura.
És incomparável(maravilhoso), em Tua majestade

Não há outro Deus, como Jeová;
Não há outro Deus, além do Senhor.
Não há no céu, não há na terra,
Não há no mar, Deus como o Senhor


Análise:

Esta canção é uma declaração de amor em forma de exaltação. Ela é a exata imagem do que eu chamo de “expressão de louvor”, absurdamente diferente daquelas que acabam sendo reprovadas neste blog. Basta uma leitura superficial para perceber isso.

Em momento algum desta canção o homem aparece exaltado, vencedor ou conquistador, pois apenas o Eterno e Soberano Deus possui estas características, lindamente ditadas em verso nesta canção.

Eu precisaria citar a bíblia inteira para demonstrar como cada frase, cada expressão, cada verdade aqui é concordante com tudo o que está revelado a respeito de nosso Grande Deus, mas acredito que basta repetir uma única frase para uma aprovação com louvor:

Não há outro Deus, como Jeová!

OBS.: Infelizmente letras como esta são pouco comentadas neste Blog, pois muitos preferem criar embates e ofensas ao defender canções alheias à verdadeira adoração do que debater sobre a importância para a formação cristã de canções como esta. Espero que um dia este quadro se transforme.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Música: Te amo tanto (Paulo César Baruk)



Letra:


Palavras não podem expressar
O que sinto em meu coração
Nem mesmo as notas das canções,
Lhe mostrarão o que há em meu ser.

Pode o sol escurecer e a terra estremecer,
Eu não vou te deixar...
Nada pode apagar o que o tempo escreveu,
Dentro de mim

Te amo tanto Senhor,
Te quero tanto meu Deus...
Eu te amo tanto Senhor
Eu te quero tanto meu Deus...

Análise:

Esta canção é um excelente exemplo de que não precisamos de letras complexas ou de arranjos espetaculares para se expressar adoração ao Senhor. Outro fator interessante contido nela é que, para adorar, não se faz necessário parafrasear a bíblia, o que não exime da necessidade de manter consistência entre o que se canta e o que a bíblia ensina como verdade.

Na primeira estrofe, com palavras simples e poéticas, o autor relata um verdade eterna. Nada se compara ao amor que Deus faz brotar em nossos corações e isso não pode ser completamente expresso apenas em palavras e canções.

"A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível". (Efésios 6:24)
A letra continua, na segunda estrofe, demonstrando que, além de não ser possível conceituar este amor, ele também não pode ser apagado, como Paulo afirma, “nada pode nos separar do amor de Deus”, e aqui o autor toma o mesmo conceito para o ser humano, uma vez que sabemos que àqueles que foram de fato restaurados e se tornaram novas criaturas, esse amor não pode ser desfeito, antes é um caminho sem volta. O problema deste conceito é que hoje em dia achamos que qualquer um que frequenta uma igreja e canta uma canção gospel é filho restaurado de Deus, o que na prática verificamos não ser realidade, causando dúvidas quanto ao fato de alguém ser ou não transformado definitivamente.

"Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus". (Romanos 6:10)
Por fim a canção encerra fazendo a mais simples de todas as declarações de amor: “Te amo tanto Senhor”. E como temos motivos para cantar isso!

As perguntas que ficam é: por que não fazemos isso sempre? Por que trocamos adoração por declarações de vitória e conquista? Se não fizermos este tipo de declaração seremos menos vitoriosos? Ou a vitória vem para aqueles que amam e adoram o Senhor continuamente, em palavras e em vida?

Responda para si mesmo...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Música: Enquanto eu chorava (Fernanda Brum)


Letra:

Quanto eu chorei derramado
Aos Teus pés
Quanto eu clamei meu Senhor
Na adoração que eu fazia
Em meio à dor
O Teu coração me ouviu

Muitos não entendiam
A razão de eu insistir assim
É porque eu sentia que Deus de mim cuidava
E em mim gerava um sonho bom
Bem maior

Quando eu chorava
E me derramava
Deus livrou-me da amargura
E liberou o milagre
Alta madrugada
Fui agraciada
Eu vi Tua mão agir
Teu zelo e Teu amor por mim

Aprendi que tudo belo Tu fazes em seu tempo
Toda afronta e humilhação
Não se comparam com a glória que há de ser revelada a mim

Análise:

Esta música trata-se de um testemunho do socorro de Deus a seus filhos, e como tal se atém a descrever a experiência pessoal da pessoa socorrida.

Porém, diferente de canções como “Ziguezagueando”, onde seus defensores afirmam se tratar também de um testemunho pessoal (vide comentários), esta música não foge dos conceitos bíblicos, afirmando fatos desconexos da Palavra de Deus como o faz aquela.

A idéia central, pelos menos a que, pessoalmente, identifiquei, refere-se ao fato de ser essencial permanecer adorando e suplicando a Deus, mesmo quando estamos passando por momentos dificeis. A expressão “Na adoração que eu fazia, Em meio à dor” retrata bem isso, e em seguida a canção nos mostra que a consequência de tais atitudes é “O Teu coração me ouviu”, perfeitamente em harmonia com o que a bíblia fala sobre este assunto:

"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia". (Sl 46:1)

"A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua. Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido; mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração". (Sl 66:17-19)
Outra passagem que me chamou atenção foi a última estrofe, onde o compositor não nega que seja possível passarmos por “afronta e humilhação”, assim como passaram grandes homens de Deus na história, em especial os Apóstolos, mas que, embora isso aconteça, nada pode ser comparado ao que Jesus tem preparado para nós, pois nem a morte poderá nos separar deste tão grande amor. Esse entendimento é perfeitamente cristão, defendido pelo Evangelho:

"Quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, (...) Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; (...) Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou". (Rm 8.35-37)

"Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam". (1Co 2.9)
O meu entendimento passa por esta questão, nossas músicas e pregações devem expressar verdades bíblicas, independentemente da função que o compositor/pregador pretende para elas, assim como acontece com esta canção.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Música: Última Chance (Ministério Ipiranga)

*Pedido de Junior Melo (Via Blog)

Letra:

Uma chance igual a essa
Talvez eu não tenha mais
Quero estar em Tua presença,
Nem que seja a última vez
Se tiver que gritar, eu gritarei
Se tiver que chorar, eu chorarei
Se tiver que humilhar o meu espírito
Assim o farei, me dá mais uma chance

Eu quero nascer do Teu Espírito
Eu quero matar a minha carne
Fazer Tua vontade, doce Espírito
Que a minha vida seja Tua vida,
Jesus...


Análise:

Se esta música se resumisse apenas ao refrão seria, com certeza, uma das mais belas compostas por esta geração. E falo isso de forma geral, pois tanto a melodia, quanto a harmonia e a letra desta seção são excelentes.

Tudo o que a Igreja precisa pode ser resumida com estas frases. Precisamos nascer de Deus (João 1:13), mortificar nossa carne negando a nós mesmos (Romanos 8:13 e Mateus 16:24), fazer a vontade de Deus (Mateus 7:21) e sermos seus servos (Romanos 6:22), pertencentes a Cristo (I Pedro 2:9). Tudo aqui é perfeito, mas infelizmente ela não se limita apenas ao refrão.

Mesmo acreditando que a intenção do compositor não foi apresentar um Cristo diferente daquele revelado na Escrituras, a primeira parte da canção comete este grave erro.

Deus nos ama independentemente de qualquer coisa que façamos. Ele nos ama ao ponto de entregar seu filho  Unigênito ao sofrimento e à morte de cruz, para que pudéssemos ser salvos e, para que isso aconteça, temos não apenas uma ou duas, mas todas as chances que precisarmos, pois o amor de Deus não encontra barreiras ou impedimentos para ser derramado sobre nós, assim como o seu perdão.

Não existe última vez quando a questão envolve o amor e o perdão de Deus. E para ser alcançado por Ele eu não preciso fazer nada, pois é através da graça dEle que recebo todas as chances necessárias. Sem gritos ou choros, apenas arrependimento. Isso é suficiente ao homem. É muito estranho falar em chances para minha vida com Deus, principalmente a “última chance”.

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se”. (II Pedro 3:9)
Em face de minha decisão de ser ortodoxo em minhas análises, sou obrigado a reprovar esta canção, mas reafirmo, praticando o ensino de Paulo quanto à retenção das coisas boas que nos cercam (I Tessalonicenses 5:21), que este refrão é o que falta na maioria de nossas canções e pregações e suas afirmações devem ser tomadas como padrão para nossas vidas.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Música: Deus de Promessas (Toque no Altar)


Letra:

Sei que os Teus olhos
Sempre atentos permanecem em mim
E os Teus ouvidos
Estão sensíveis para ouvir meu clamor
Posso até chorar...
Mas a alegria vem de manhã
És Deus de perto e não de longe
Nunca mudastes, Tu és fiel

Deus de aliança, Deus de promessas
Deus que não é homem pra mentir
Tudo pode passar, tudo pode mudar
Mas Tua palavra vai se cumprir

Posso enfrentar o que for
Eu sei quem luta por mim
Seus planos não podem ser frustados
Minha esperança está
Nas mãos do grande Eu sou
Meus olhos vão ver o impossível
Acontecer...


Análise:

À primeira vista, esta música nos parece especial. Linda melodia, várias frases com teor bíblico, mas tudo para por ai.

Numa análise um pouquinho mais densa da letra podemos perceber claramente, mais uma vez, o egocentrismo presente em seu contexto geral. Tudo aqui gira em torno de supostas promessas que devem se cumprir em minha vida, abandonando novamente a adoração em favor da conquista pessoal.

O problema nesse tipo de música não está relacionado no fato de Deus nos abençoar ou não, mas na ênfase no “eu”, no “meu”, quando nosso destaque deveria ser somente Cristo.

Em favor desse egocentrismo, a canção parafraseia alguns textos bíblicos (fora de contexto) e lança algumas falácias comuns no meio gospel com a aparente intenção de agradar o ouvinte (quem não gostaria de ouvir “meus olhos vão ver o impossível acontecer”?).

O intento de falar coisas agradáveis é tamanho que o autor resolve afirmar fatos inverídicos, em desarmonia com o que o próprio Deus outrora havia dito. Considere a frase:

“És Deus de perto e não de longe”
Analise-a de acordo com o seguinte texto bíblico:
“Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe”? (Jeremias 23.23)
Concorda que ambos estão em desacordo? Note este outro texto bíblico:

"Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito." (Isaias 57:15)

Isaías nos esclarece este conceito. Deus habita no Reino dos céus, mas também no coração do homem sincero em amá-lo. É Deus de perto, o Deus conosco, Emanuel, e é Deus de longe também, o Criador, Rei dos reis, sobre quem repousa toda a Glória, Honra e Poder.

Repito o que afirmei em outras oportunidades: precisamos de músicas, pregações e de uma vida inteira direcionada pela Palavra de Deus e em total harmonia com ela, o que estiver fora disso deve ser lançado fora.


quarta-feira, 30 de junho de 2010

Música: Mais que Vencedor (Diante do Trono)


Letra:

Em Jesus sou mais que vencedor
Em Jesus sou mais que vencedor
Em Jesus sou mais que vencedor
Em Jesus sou mais que vencedor

Você pensa que vai me fazer tropeçar?
Você pensa que vai me fazer cair?
Você não se cansa de me tentar
Mas eu não me canso de te resistir
Você quer saber quem vai vencer?
Te digo: Maior é o que esta em mim
Bem maior é o que esta em mim

Eu me cansei, sim, de você
Eu me cansei de acreditar em suas mentiras
Não sou mais seu escravo e agora em mim habita
O Espírito de vida que me faz vencer

Em Jesus sou mais que vencedor
Em Jesus sou mais que vencedor
Em Jesus sou mais que vencedor
Em Jesus sou mais que vencedor

Você pensa que vai me fazer parar?
Você pensa que vai me fazer desistir?
Você não se cansa de me afrontar
Mas eu não me canso de te resistir
Você quer saber quem vai vencer?
Te digo: "Maior é o que esta em mim"
Bem maior é o que esta em mim

Quem vai retroceder é você
Mas eu vou avançar e chegar ao fim
Coroa de vitória é o que vou receber
E no lago de fogo você vai arder


Análise:

Dividirei a análise desta música em três pontos que observei e considerei relevantes.

O primeiro deles é relacionado ao refrão e ao contexto em que ele se apresenta. Como na maioria das vezes, infelizmente, a frase “Em Jesus sou mais que vencedor” encontra-se fora de seu contexto original e, conseqüentemente, deturpada. Vejamos:

Quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas ESTAS coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou”. (Romanos 8:35-37)
O texto não diz que, se estamos em Cristo, venceremos todas as coisas, que não passaremos por sofrimentos ou derrotas, antes ele diz que, num sentido mais completo, mesmo que morramos (maior derrota terrena), se estivermos em Cristo, seremos vencedores, justamente porque a nossa vitória verdadeira é habitar com Ele ao receber a coroa da vida pela nossa fidelidade (Apocalipse 02:10). Mais ainda, o texto diz que sofreremos por amor de Cristo, seremos entregues à morte, como aconteceu de fato com vários cristãos durante toda a história, mas que no fim venceremos a morte e viveremos, porque esse sofrimento terreno não pode nos separar do amor de Cristo. Leia todo o capítulo para mais esclarecimentos.

O segundo refere-se às estrofes da canção, que citam verdades bíblicas. Frases como “Maior é o que esta em mim”, “Não sou mais seu escravo e agora em mim habita O Espírito de vida”, “E no lago de fogo você vai arder” encontram bases bíblicas genuínas (ex: I João 04:4; II Coríntios 03:17 e Apocalipse 20:10 respectivamente). Palavras de fé (se for esta a intenção) como “Mas eu não me canso de te resistir” têm lá o seu valor também.

O terceiro ponto trata-se justamente dessa mistura de parafrases bíblicas com frases que denotam um relacionamento anterior, e quebrado, com satanás. As frases “Você não se cansa de me tentar, mas eu não me canso de te resistir” e “Eu me cansei, sim, de você, eu me cansei de acreditar em suas mentiras” parecem a conclusão litigiosa de um relacionamento amoroso, o que, apesar de eu entender que não foi a intenção, traz um clima esquisito para a canção. A própria interpretação teatral da música demonstra um pouco esse clima.

Enfim, não me parece ser o tipo de música que ouviriamos os Apóstolos (os originais) entoarem em suas reuniões nos lares ou nos templos, e penso eu que eles eram imitadores de Cristo como nós devemos ser. Não custa reafirmar que Cristo não nos chamou para nos entreter e, portanto, a música também não deve possuir esse fim.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Música: De todo meu coração (Mariana Valadão)


Letra:

De todo meu coração
Dou louvores a Ti
Com todo meu ser eu exalto o Teu nome
Consagrando o que sou pra Te adorar

Levanto minhas mãos a Ti
Me rendo aos Teus pés, Senhor
Me entrego totalmente a Ti
Oh, Deus da minha vida!
Que toda honra seja a Ti
Que toda glória seja a Ti, Senhor
Para sempre


Análise:

É muito fácil analisar uma música quando ela não foge do conceito de adoração, e esta é um bom exemplo disso.

Em um contexto geral, a letra exalta ao Senhor e declara rendição a Ele. Ora, o ato de rendição demonstra que entendemos nossa posição diante de Deus e, em conseqüência, nos entregamos á sua magnitude, reconhecendo nossa pequenez diante dela. Isto é essencial para a nossa vida cristã e nunca é demais ser lembrado (e cantado).

A primeira estrofe traz à tona o conceito abordado por Cristo no Evangelho de Marcos, cap. 12, verso 30:

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.”

Da mesma forma o refrão, atribuindo honra e glória ao Senhor eternamente, remonta Apocalipse 5:13. Quando diz:

“Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos”.

Uma música simples, como simples deve ser o evangelho e a vida cristã, sem invenções e adições humanas, apenas amor e entrega total a Deus.

Música: Uma nova história (Fernandinho)


Letra:

Sai de tua tenda
Oh filho meu, e te mostrarei as estrelas do céu
Sai da tua tenda
Oh filho meu, e te mostrarei a areia do mar

Será que podes contar
Será que podes imaginar
Tudo aquilo que sonhei para ti filho meu
O que minhas mãos fizeram para ti filho meu
Minha benção será sobre ti

Uma nova história Deus tem pra mim
Um novo tempo Deus tem pra mim
Tudo aquilo que perdido foi
Ouvirei de sua boca: "Te abençoarei!"

Análise:

Esta música mostra bem o padrão de cristianismo que vivemos hoje, centralizado no ser humano (antropocentrismo) ou, como neste caso, em mim mesmo (egocentrismo). Há tempos abandonamos o verdadeiro louvor por músicas que exaltam a nós mesmos, que nos “concedem” bençãos, sucesso, viradas, ziguezagueios e tudo o mais que possa nos parecer proveitoso.

Apesar de não encontrarmos nenhuma frase claramente extrabíblica, o próprio conceito da música não encontra bases na Palavra de Deus. Notem por exemplo o refrão, onde o sujeito determina bençãos a si mesmo, fato sem recorrência bíblica. 
Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o de outrem.” (I Coríntios 10:24)
Sim, Deus nos abençoa, transforma nossa vida, muda nossa história, mas uma canção que afirma isso (desconsiderando aqui o refrão que auto-afirma a benção) deve também fazer uma relação poetica com os requisitos para que essa realidade aconteça, que é entregar-se a Cristo para servi-lo em amor e santidade.

Meu pensamento é que, se temos a pretenção de que nossas canções transformem vidas, elas devem conter as Boas Novas de Cristo, pois é sua Palavra que transforma, não a nossa, não nossos determinismos vazios, e a fé é antes de tudo racional, não emocional. Não basta tocar nas emoções, pois isso toda expressão artistica o faz, alias, este é um dos conceitos atribuídos à arte. Nossas músicas precisam tocar a alma, e isso só é possível com a Palavra de Cristo.

Entenda isso, o fato de uma canção te emocionar ao ponto de te fazer chorar não significa nada, várias pessoas sentem o mesmo observando uma tela de pintura. O importante é ser transformado e, se tuas lágrimas não te levarem a isso, estarão sendo derramadas em vão, pois não serão reflexo da Obra de Cristo, mas dos homens.

Em suma, a reprovação aqui não vai para a letra em si, mas para o conceito geral da canção, afinal, não devemos ser tão amantes de si mesmos. 
Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses.” (II Timóteo 3:1-5)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Música: Corpo de Cristo (Diante do Trono)


Letra:

Corpo de Cristo
Mãos do Redentor
Corpo de Cristo
Onde estão
As marcas dos cravos?
Onde estão
Os pés que pisaram esse chão?
Deixando a glória

Corpo de Cristo
Olhos de perdão
Corpo de Cristo
Onde estão
Os braços estendidos?
Onde estão
Os corações movidos por compaixão?
Assim como Ele foi

Eu quero ver a tua fé em obras
Me mostre, por favor
Onde estão os frutos e eu os comerei
Quero ver o teu amor tão cantado
Teu discurso encantador sendo encarnado
Cristo em vós


Análise:

Gostaria de iniciar a análise desta letra deixando minha impressão: “É de coisas assim que a Igreja precisa!”.

Trata-se de uma exortação em forma de música que vai na contramão do que vemos em abundância por ai. No lugar de fazer promessas vazias e de determinar vitórias pessoais, esta canção nos diz:

“Quero ver o teu amor tão cantado
Teu discurso encantador sendo encarnado
Cristo em vós”
A letra, em primeira pessoa, não deixa claro o sujeito (se o próprio Cristo ou um servo seu), mas mantém cristalina a intenção: levar a igreja a trazer para a realidade o seu discurso de amor e de fé, em práticas que demonstram o que pregamos.

Somente este contexto seria suficiente para colocar esta música na galeria das preciosidades modernas, uma galeria pequena mas de excelência, mas eu gostaria de citar mais algumas frases importantes para nossa vida com Cristo.

"Onde estão
as marcas dos cravos?”
Esta frase traz à memoria o exemplo de Paulo ao dizer que “ninguém me moleste; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus” (Gl 6:17), mostrando a importancia de sermos mais parecidos com Cristo, mesmo no sofrimento, e mais dados à servidão do que ao sucesso pessoal.
“Onde estão
Os braços estendidos?
Onde estão
Os corações movidos por compaixão?
Assim como Ele foi”
Na segunda estrofe encontramos uma exortação quando à nossa falta de amor ao próximo, à nossa falta empenho para ajudar aos necessitados em favor (digo eu) do crescimento de nossas instituições, alvo principal de nossos investimentos. Não foi assim com Cristo, antes Ele dedicou sua vida aos pobres e enfermos.
“Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho”. (Mt 11:5)

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me”. (Mt 19:21)
Encerro por aqui, pois entendo que a letra fala por si só.

Sem dúvidas uma bela e supreendente canção.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Música: Vem com o peso da Tua Glória (Paul Wilbur)

*Pedido de Alex Brilhante (via MSN) 

Letra:

Espírito do Vivo Deus
Manifesta o Teu Poder
Revela o peso da Tua Glória

Vem com o peso da Tua Glória me cobrir
Flua o Rio de vida aqui
Que a verdade do Teu Reino reine em mim
Vem com o peso da Tua Glória, vem com o peso da Tua Glória aqui

Espírito do Vivo Deus
Manifesta o Teu Poder
Revela o peso da Tua Glória

Não buscamos Tuas Mãos,
Tua Face queremos ver
E conhecer Teu Coração
Revela Tua Glória com Poder

Vem com o peso da Tua Glória me cobrir
Flua o Rio de vida aqui
Que a verdade do Teu Reino reine em mim
Vem com o peso da Tua Glória, vem com peso da Tua Glória aqui.

Vem com o peso da Tua Glória me cobrir
Flua o Rio de vida aqui
Que a verdade do Teu Reino reine em mim
Vem com o peso da Tua Glória, vem com peso da Tua Glória aqui.
Vem com o peso da Tua Glória, vem com peso da Tua Glória aqui.


Análise:

Apesar do título desta canção citar uma frase estranha ao Evangelho, o contexto da letra mostra que isso não se trata apenas de falácia sem fundo teológico. “Peso da Tua Glória” aqui parece expressar, metaforicamente, a magnitude da Glória de Deus e a sua importância para a vida do ser humano, na figura do autor. Isso se confirma com frases como “manifesta o Teu poder” e “flua o rio de vida aqui”.

Melhor ainda quando o autor deseja que “a verdade do Teu Reino, reine em mim”, pois isso reflete a intenção de Deus para os seus filhos, verdade essa muitas vezes esquecida no meu evangélico de nossos dias. Reinar indica dominar e Deus precisa dominar nossas vidas, assim como Sua Palavra dominar nossa conduta:

Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. (Lucas 09:23)

E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos”. (Colossenses 3:15)

e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja, que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas”. (Efésios 1:22-23)
Por fim gostaria de citar outra frase muito importante para todos nós e não menos esquecida, a qual esta música nos traz à memória: “Não buscamos Tuas Mãos”. A nossa busca por Cristo não deve se resumir em desejar aquilo que Ele tem poder para nos proporcionar nesta terra, pois isto não é amor e sim interesse:

Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima”. (I Coríntios 15:19)

sábado, 29 de maio de 2010

Música: Tudo Entregarei (Sergio Saas)


Letra:

Tudo ó Cristo a Ti entrego
Tudo sim por Ti darei
Resoluto mas submisso
Sempre a Ti eu seguirei

Tudo entregarei
Tudo entregarei
Sim, por Ti Jesus bendito
Tudo deixarei

Tudo ó Cristo a Ti entrego
Corpo e alma, eis aqui
Este mundo mal renego por Ti
Me dedicarei somente ao Senhor

Tudo entregarei
Tudo entregarei
Sim, por Ti Jesus bendito

Tudo que tenho entrego a Ti
Tudo que sou dedico a Ti
Senhor

Análise:

Está música compõe o hinário cristão e foi composta por Judson Van De Venter (1855-1939), muito antes do evangelicalismo se deixar enveredar pelos caminhos do antropocentrismo e da confissão positiva. Por esse motivo trás em sua composição verdades pouco vistas no estilo “cristão” de ser moderno.

Porém, biblicamente, este é o caminho a ser seguido por aqueles que professam o nome de Cristo: Tudo entregar a ele.

Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. (II Pedro 1:11)
A expressão “Senhor e Salvador” aparece inúmeras vezes no Novo Testamento, sempre nesta ordem. Cristo só será nosso Salvador quando for, antes de tudo, Senhor de nossas vidas, ou seja, quando tudo em nós pertencer a Ele, conforme expressa divinamente toda a letra desta canção.

Não bastam 10 por cento, não bastam nossas primícias, para sermos salvos precisamos entregar tudo a Cristo, todo o governo de nossas vidas. Mas também não podemos fazer isso apenas por causa da salvação de nossas vidas, mas por amor a Jesus.

Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima”. (I Coríntios 15:19)

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria”. (I Coríntios 13:2)
Tudo nesta música está em pleno acordo com o Evangelho genuíno de Cristo, o que não poderia ser diferente, dada a história de luta pelo evangelho que os autores do hinário cristão travaram em suas vidas.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Música: Infalível Amor (Livres Para Adorar)

Letra:

Tens meu coração
E eu sou teu para sempre
És a minha força
Deus de graça e poder

Tu tens tudo em tuas mãos
E ainda tens tempo a mim
Não compreendo a Ti

Te louvo ó Deus da terra e céus
Quão lindo é teu infalível amor
Infalível amor
O Senhor não mudas
Sempre és o mesmo.
O Santo Deus, meu infalível amor
Infalível amor

És a minha rocha
Em quem eu me apóio
És minha canção
E eu só canto a Ti


Análise:

Esta é uma composição de Cris Tomlin, que o grupo “Livres para Adorar” regravou em português.

E que bela canção.

Na primeira estrofe uma declaração que deveria ser hábito não somente em nossas vidas, mas em nossas músicas: “Tens meu coração e eu sou Teu para sempre”, deixando claro que pertencemos totalmente a Deus e, portanto, devemos agir conforme sua vontade.

Mais um estrofe a mais uma afirmação conveniente para o que chamo de adoração. Reconhecendo a grandeza de Deus o autor afirma que Ele “tens tudo em tuas mãos” e, por outro lado, assumindo nossa pequenez diante de tal magnitude, completa: “Não compreendo a Ti”, não compreendo como o Senhor, tão grande e perfeito, ainda consegue me dedicar atenção, sendo eu apenas um pecador.

De fato o amor de Deus é infalível:

Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós”. (Romanos 5:8)
Nem mesmo nossos pecados foram capazes de nos afastar desse amor, de fazê-lo esfriar, diminuir, pois é um amor perfeito.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. (8:38-39)
Esse amor é um atributo divino, portanto, conforme define outro de seus atributos e segundo expressa esta composição, não muda, permanece igual para sempre:

Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. (Malaquias 3:6)
Por fim, na última estrofe, mais declarações e expressões de genuína adoração ao considerar Deus a nossa rocha e o motivo da nossa canção, como tantas outras músicas afirmavam, antes dos movimentos neopentecostal e gospel assumirem o controle.

"O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio". (Salmos 18:2)
Uma bela canção, sem dúvida.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Música: Restitui (Toque No Altar)

Letra:

Os planos que foram embora
O sonho que se perdeu
O que era festa e agora
É luto do que já morreu
Não podes pensar que este é o teu fim
Não é o que Deus planejou
Levante-se do chão!
Erga um clamor!

Restitui!
Eu quero de volta o que é meu
Sara-me!
E põe teu azeite em minha dor
Restitui!
E leva-me às águas tranqüilas
Lava-me!
E refrigera minha alma
Restitui!..

E o tempo que roubado foi
Não poderá se comparar
A tudo aquilo que o Senhor
Tem preparado ao que clamar
Creia porque o poder de um clamor
Pode ressuscitar!...


Análise:

Está musica é um verdadeiro clássico contemporâneo. Todos a conhecem, todos a cantam, todos choram ordenando a Deus que restitua o que nos pertence.

A música se divide claramente em duas partes: a primeira contempla as duas estrofes e, semelhantemente ao que ocorre com Jó, algum amigo busca confortar, com conselhos e soluções, um determinado irmão que aparentemente passou por perdas.

A segunda parte trata-se do refrão, onde o irmão aconselhado ergue um clamor, segundo o que seu amigo aconselhou. É ai que reside a confusão maior.

No refrão encontramos palavras absolutamente anátemas. O primeiro verso diz: “Restitui! Eu quero de volta o que é meu”. Que absurdo! Como um servo pode se dirigir a Deus dessa forma? Não é bem isso que o Evangelho nos ensina:

assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei; como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. O qual nos dias da sua carne, tendo oferecido, com grande clamor e lágrimas, orações e SÚPLICAS ao que podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua REVERÊNCIA, ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu”. (Hebreus 5:5-7)
Percebem o que de fato é um clamor? Bem diferente do “clamor erguido” desta música delirante. Que tipo de reverência possui alguém que exige de Deus a restituição do que, por conta própria, acha que tem direito? E, mesmo que tivéssemos algum direito, seria com exigências a Deus que os conquistaríamos?

"Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão". (Romanos 9:15)
Não vejo necessidade de análises adicionais para uma canção absolutamente apócrifa como esta, um clássico do movimento gospel brasileiro e que reflete muito bem a situação de desapego à Palavra de Deus que esta geração tem sofrido.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Música: De Volta À Inocência (Quatro Por Um)


Letra:

Sabe Senhor,
Tenho andado meio sem rumo, perdi a visão, perdi o temor, não fui sábio.

Sabe Senhor,
Eu pensei que Te conhecia, mas enganei a mim mesmo, manchei a pureza e fui pra bem longe de Ti.
Mas estou de volta pra Ti.

Ao tempo da inocência eu quero voltar, ao tempo da pureza eu quero voltar, da simplicidade com Pai, humildade com Deus, ser curado do que o mundo me fez.

Ouvir a Tua voz como sempre ouvi, amar Tua palavra com todo meu ser.
Oh Deus tô com saudades de Ti, saudades de Ti, saudades de Ti.


Análise:

Esta música é bem interessante. Trata-se da decisão de um servo arrependido por ter se afastado dos caminhos santos de Deus. O interessante mesmo é que se usa do que é essencial nestes momentos, sinceridade.

A letra retrata a confissão, o arrependimento e a decisão de retornar. Tudo realizado com palavras informais, como de fato devem ser nossas conversas com o Pai, sem o formalismo farisaico que vemos por ai, mas como quem conversa com um amigo, com um verdadeiro pai que está de ouvidos atentos ao choro de seu filho arrependido.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. (1 João 1:9)

Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atento à sua súplica; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal”. (1 Pedro 3:12)
Depois da confissão e do arrependimento, nada mais natural do que o ser humano desejar satisfazer a vontade de Deus vontando à inocência diante do pecado, estando atento à Sua voz e obedecendo Sua Palavra.

Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. (João 14:15)
Uma análise simples para uma música simples e verdadeira no quesito bíblico.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Música: Lembra Senhor (Trazendo a Arca)


Letra:

Quando não posso te ouvir
E o meu clamor
Já não muda o teu silêncio
São nuvens que escondem o sol
E tornam o dia tão escuro quanto a noite
Então lembro que não podes me esquecer
Se o meu nome está gravado em tuas mãos
Mesmo que ainda eu não consiga ver
Sei que se levantarás em meu favor

Lembra senhor,
Juraste o teu amor
E nada pode mudar o que sentes por mim
Nem os meus pecados
Lembra senhor,
E faz mais uma vez os teus sinais
E saberão que ainda és o mesmo Deus

Que revelou a sua glória a Israel
E que por amor abriu o mar parou o sol
Sei que farás o mesmo em meu favor.


Análise:

A começar pelo título, essa música me soa meio estranha. Como assim, “lembra Senhor”? Deus sofre de amnésia por acaso? Claro, eu entendo que esta não deveria ser a intenção do compositor, mas não custa nada avaliar a letra depois de pronta, para verificar se alguma coisa fugiu da realidade, uma vez que não se trata de uma poesia cristã, mas de um conjunto de declarações melódicas.

No decorrer da canção encontramos diversas afirmações verdadeiras como “lembro que não podes me esquecer”, “nada pode mudar o que sentes por mim”, conforme lemos em:

Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim. Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim”. (Isaias 49:14-16)

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. (Romanos 8:38-39)
Entretanto, é fácil perceber a inclinação antropocêntrica da música, onde até sinais são pedidos para Deus, a fim de provar ao homem o Seu poder, esquecendo completamente das palavras de Cristo quando diz:

Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas”. (Mateus 12: 39)
A ressurreição de Cristo é o único sinal necessário para sabermos que Jesus é Deus e que tem todo o poder. Leia o contexto desta passagem acima para confirmar o que digo.

Em tempo, afirmar que Deus fará por mim o mesmo que fez por Israel é um tanto perigoso, pois nem sempre as coisas acontecem como esperamos:

Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia”. (Romanos 9:15:16)
Por fim, acabo percebendo boas intenções (estou falando de percepção, não de convicção) no contexto geral da letra, porém, decidi fazer análises ortodoxas quando à Palavra de Deus, o que me obriga a avalia-la negativamente.

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