Observação importante

O objetivo do Blog não é acusar ou perseguir compositores, tampouco os intérpretes das músicas aqui analisadas. O objetivo é avaliar que tipo de afirmações estão sendo proferidas em nossos púlpitos e lares cristãos, seguindo a linha de raciocínio dos crentes bereanos (Atos 17:11) e os conselhos de Paulo (1 Ts 5.21; Hb 13.9) e João (1 João 4.1). Todas as análises são de responsabilidade de seus autores e críticas são bem vindas, desde que não venham acompanhadas de ofensas, mas de paz. Se desejar, leia aqui um artigo sobre algumas considerações sobre música e culto.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Música: O Melhor de Deus Está Por Vir (Kleber Lucas)





Letra:

Alegrai-vos, filhos de Sião
Regozijai-vos no senhor
Porque ele vos dará,
Em justa medida, a chuva... a chuva
A chuva... a chuva

As eiras se encherão de trigo
E os lagares transbordarão
De óleo e vinho

Restituirei os anos
Que foram consumidos
E lhes mostrarei
A minha salvação
E sabereis que

O melhor de deus ainda está por vir


Análise de Ruy Cavalcante:

Acredito que a maioria dos cristãos (sinceramente eu gostaria que fosse verdade) reconhece que a letra desta canção, à exceção do refrão, trata-se de uma paráfrase de trechos do capítulo 2 do livro do profeta Joel.

Dessa forma vou direto ao assunto.

Sem entrar em considerações escatológicas, o tema geral desta passagem é o arrependimento. Deus anuncia juízo sobre o povo (Jl 2:1-11), chama-os ao arrependimento prometendo poupá-los da destruição (Jl 2:12-17) e finalmente anuncia várias bênçãos no caso de eles se voltarem totalmente a Deus (Jl 2:18-27).

É bem claro que estas promessas são referentes à antiga aliança, terrenas, vinculadas a obras humanas, como quase tudo nela. Isso já seria suficiente para percebermos que não se pode simplesmente “tomar posse” dessa promessa, como se ela fosse estendida ipsis litteris à Igreja, como claramente tenta fazer esta canção.

Ainda que fosse possível afirmar que esta promessa é também para a Igreja da Nova Aliança (não é), a mesma não poderia de forma alguma estar divorciada do tema em que foi proclamada. O povo estava desviado, perdido e as bênçãos seriam para o caso de se arrependerem verdadeiramente (Jl 2:12-13), voltando a viver em conformidade com a Lei de Deus.

Mas não há nada na canção que nos remeta a isso, há?

Está canção é mais uma prova de que é possível ensinar o erro e proclamar heresias usando o texto bíblico, bastando para isso subtrair verdades nele contidas. A ênfase na “chuva” deixa clara a intenção triunfalista da música, inferindo vitórias na vida do cristão simplesmente por ser cristão e estar “adorando”.

“Mas o pior ainda está por vir”.

Ironicamente, o maior erro da canção é justamente o seu clímax. Ora, ao encerrar a canção com a frase “O melhor de Deus ainda está por vir”, claramente tenta-se atrelar a primazia das obras de Deus a bênçãos terrenas.

Isso é um absurdo!

O melhor de Deus é Jesus! Antes era Jesus, agora é Jesus, e amanhã continuará sendo Jesus!

Jesus é a razão de tudo! Sem Ele não há sequer vida. Sem Jesus só nos restaria uma única expectativa: A morte!

De qualquer maneira que se tente interpretar este refrão, cairemos em contradição e erro, especialmente no contexto em que ela é dita, sem contar o fato de que esta frase não está presente no texto de Joel, constituindo-se apenas numa adição do compositor, o que não me deixa dúvidas quanto a péssima mensagem que ela carrega.


Related Posts with Thumbnails